ESG: um novo jeito de investir
- Lucas Costa
- 18 de jan. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 19 de jan. de 2023
O investimento sustentável é um dos segmentos de maior crescimento na indústria de gestão de ativos, bem como um dos mais complexos. Esse artigo vai abordar sobre os aspectos do ESG que se torna cada vez mais importantes, principalmente no Mercado Financeiro. Boa leitura!

Investir de forma sustentável significa integrar questões "extra-financeiras" nas tomadas de decisões de investimentos, ou seja, levar em conta fatores ambientais, sociais e de governança corporativa ou ESG (sigla em inglês), quer em conjunto ou separadamente.
Os fatores ESG abrangem diversas questões, tais como as emissões de carbono, o impacto ambiental nas empresas, a cidadania corporativa e o desenvolvimento de capital humano. Mais pra frente abordaremos cada um desses casos em detalhes.
Há dúvidas sobre se ESG seria a mesma coisa que os famosos Investimentos Verdes. A verdade é que os dois andam em conjunto, mas tem propósitos diferentes. A dimensão ambiental dos fatores ESG tende a abranger mais questões, enquanto os investimentos verdes tendem a se concentrar em fatores considerados fundamentais a respeito da mudança do clima como ameaça global.
Sobre as dimensões do ESG, elas se dividem em três fatores:
Ambiental: Se concentra na transparência e impacto ambiental das empresas, bem como nos esforços realizados pelas companhias para reduzir a poluição e emissões de carbono;
Social: Seria a mentalidade no local de trabalho (diversidade, gestão, direitos humanos etc). Relação com a comunidade (sentido de cidadania das empresas e iniciativas filantrópicas);
Governança Corporativa: Remuneração, direitos dos acionistas e a relação entre acionistas e as gerencias das companhias.
Dentro desses fatores ESG, a dimensão ambiental inclui a gestão de resíduos, gestão de água e o uso de outros recursos ambientais. A dimensão social inclui a análise das partes interessadas: clientes, empregados e todos aqueles que forem afetados pela presença da empresa, como as pessoas que moram perto de uma unidade industrial. A governança corporativa se concentra no impacto das partes interessadas, já que está relacionada especificamente com os acionistas e a gerência das companhias, ao passo que aborda aspectos como a estrutura dos conselhos, a remuneração dos executivos e os direitos dos acionistas.
Mas, o ESG seria apenas conversa ou realmente está mostrando ser promissor? De acordo com a Federação Mundial de Bolsas de Valores (WFE), entre 2000 e 2009, as maiores empresas da Europa Central e Oriental melhoraram significativamente seus relatórios financeiros e extra-financeiros, o que aumentou a divulgação de informação sobre fatores ESG.

Ainda sobre Bolsa de Valores, há uma avaliação realizada pela RobecoSAM (criadora da Dow Jones Susteinability World Index, ou DJSI World) chamada CSA, que se baseia na análise de informações específicas de cada empresa e em perguntas sobre questões econômicas, ambientais e sociais, com especial ênfase em critérios específicos de cada indústria que têm efeitos relevantes na capacidade das empresas de gerar valor em longo prazo. Resultado: Empresas com pontuações ESG elevadas tendem a proporcionar maior transparência do que as empresas privadas.
O grau de transparência é alto neste setor, já que as empresas que participam do estudo CSA e realizam a autoavaliação acreditam que obterão bons resultados.
Além disso, a classe política global também tem suas responsabilidades no ESG, principalmente na questão sobre investimentos. A ONU criou os Princípios para o Investimento Responsável (PRI). A criação desses princípios foi um momento crucial para o movimento pelo investimento sustentável, responsável e de impacto. Na imagem abaixo estão os 17 objetivos:

Esses objetivos estão sendo abraçados principalmente pelos investidores pertencentes à geração Y. Essas metas e a adaptação rápida das empresas ao ESG tem gerado um impacto além do esperado.
Obviamente existem empresas que utilizam apenas do Greenwashing, também chamado de "brilho verde", que é uma forma de marketing em que as relações públicas e o marketing verde são usados para persuadir e enganar o público de que os produtos, objetivos e políticas de uma organização são ecologicamente corretos. Apesar disso, a maioria das empresas que de fato mergulham nessa missão, estão tendo resultado além do esperado e recebendo investidores de longo prazo que confiam na empresa.
A conclusão é simples: ou uma empresa faz parte do problema ou ela faz parte da solução. Vivemos em um mundo de recursos finitos, a empresa que busca se desenvolver no ESG está se preparando para o longo prazo sem abandonar o presente. O ESG já saiu do papel há muito tempo e tem-se mostrado promissor, cabe agora aderimos a isso com mais força no Brasil, tendo em vista que as políticas do ESG tem agregado muito valor a empresas pelo mundo.






Comentários