Lições do Filme "A Grande Aposta"
- Lucas Costa
- 21 de jan. de 2023
- 3 min de leitura
Todo mundo que ama o Mercado Financeiro com certeza já assistiu A Grande Aposta. Lançado em 2016 e vencedor do prêmio Oscar, o filme é premiado por contar como ocorreu a famosa Crise de 2008 com diversos exemplos, ironias, tensões e muito humor. Mesmo o filme tendo como objetivo explicar o que foi a maior crise econômica desde a Grande Depressão, nosso foco nesse artigo é extrair as lições e analisar como as ações a curto prazo tão desejadas pelos corretores, investidores e banqueiros levaram não somente a uma crise econômica, mas também a uma crise moral e social que afetou o mundo inteiro.
Para começar, o cenário em que o filme se passa é o ambiente financeiro (bancos, escritórios, corretoras etc). E a primeira grande lição do filme é a de que é preciso estudar qualquer informação para sua validação, mesmo as que recebemos dos meios com maior credibilidade.

Em 2008, todos os bancos, jornais e mídias mostravam que o mercado imobiliário estava equilibrado, com todos os indicadores apontando para um mercado lucrativo e seguro. Com isso, Michael Burry ao ver que o mercado estava crescendo de forma rápida e atraindo investidores de todos os nichos, analisou os indicadores de forma individual e mais atenta. Diante dos números, percebeu que havia uma distorção enorme entre os indicadores e o preço real dos fundos. Essa análise gerou uma decisão de apostar contra o mercado.
Ao ir nos bancos, ele foi humilhado e o trataram com deboche. Mesmo assim, os bancos decidiram aceitar essa aposta, afinal, era muito dinheiro "de graça". No final das contas, o filme e a história mostrou que um estudo independente que, de fato, houve muita pesquisa, retratava mais a realidade do que as telas de computador e celulares, que repassavam os dados fraudulentos. E sobre a consequência financeira do Michael, pesquise sobre esse nome no Google.

A segunda grande lição do filme é a de que é possível se dar bem em tempos de crise. O filme mostra como que pequenos grupos de investidores conseguiram prever a crise e se preparar para ela bem antes do "boom". Ou seja, o estudo sempre tem uma recompensa. E o lado irônico dessa parte é que normalmente quem se dá bem em crises são banqueiros e a elite. No caso de 2008, os bancos faliram, grandes fortunas foram perdidas e a economia mundial teve um grande recesso.

Outra lição é a de que em momentos difíceis é cada um por si. Após o preço dos fundos desabarem e toda a bolha estourar, é possível ver que o comportamento individual atinge até os personagens mais "do bem". O instinto de sobrevivência é, acima de tudo, o que move o ser humano. Tendo em vista que as crises afetariam a estabilidade de todo mundo, os bancos apelaram ao Governo, os escritórios demitiram todos os funcionários, os funcionários foram à justiça e assim vai, cada um por si.

E, por fim, a última lição do filme é que, infelizmente, quem paga a conta das crises sempre é o público que não tem nenhuma relação com as causas. As consequências da crise afetaram principalmente os trabalhadores e pessoas mais humildes que ficaram sem casa, comida e emprego.
Enquanto isso, o público como os banqueiros e investidores tiveram uma enorme ajuda financeira e fiscal do Estado, que não foi suficiente para evitar o fechamento dos bancos e empresas, mas que serviu para que a crise não afetasse suas finanças individuais.
Ou seja, quem tem dinheiro e poder, dificilmente vai sofrer num sistema em que é feito exatamente para beneficiar esse pequeno grupo.
No final das contas, os culpados não foram presos nem afetados. Aqueles poucos investidores que conseguiram prever a crise estão vivos no mercado até hoje. E sobre os trabalhadores e população mais humilde, o melhor amigo deles foi o tempo...
Um ótimo filme pela didática e forma como apresenta as causas da crise. Aos interessados em assistir o filme ele está disponível no YouTube, Prime Video, HBO MAX e Apple TV.
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